Uma das coisas que não cansamos de falar para todos os interessados no mundo do empreendedorismo e das startups é de como é importante agregar os conceitos de lean startup em um novo negócio. A idéia central se resume em, basicamente, fazer diversos experimentos com o mínimo de esforço possível para validar o seu negócio antes de o levar adiante. É uma forma segura e responsável de iniciar um novo negócio.
Existem diversas ferramentas que andam lado a lado dessa metodologia e ajudam a estruturar esses negócios, uma delas é o Validation Board. Se trata de uma ferramenta que auxilia a acompanhar seu progresso e se focar no que realmente importa para seu novo negócio ou produto. É uma maneira muito simples de descobrir se uma ideia vai funcionar ou se ela não é válida, totalmente baseada em ações rápidas.
Montar o Validation Board envolve diversos pontos de um negócio e também exige bastante interação humana, que é um fator essencial na concepção de qualquer ideia.
Para começar a usar, basta acessar http://www.leanstartupmachine.com/validationboard e fazer o download gratuito do quadro (é preciso apenas pagar com um tweet). Você receberá os arquivos em seu e-mail. A partir daí, existem duas saídas: Ou você imprime como poster, ou sobe a versão online que é disponibilzada para o Google Drive, que ele se encarrega em montar o quadro para que você preencha ele online. Tendo o quadro, vamos passar para a fase de preenchê-lo.
1. Hipóteses
Iniciamos pelo topo, onde temos espaço para diferentes pivôs (Track Pivots). Pivôs são mudanças radicais ou não que podem acontecer durante a vida útil de um produto ou serviço. Muitas empresas mudaram completamente o seu rumo, como você pode ler em nosso post sobre as vantagens de começar pequeno. Começamos definindo a nossa hipótese, temos três campos: Público alvo (Customer), Problema (Problem) e Solução (Solution). Pense em seu público alvo como um grupo de pessoas com algo em comum. Seja o mais específico que puder. “Homens de 30 a 50 anos” é ok, mas “Homens de 30 a 50 anos que gostam de tennis e de se exercitar” é melhor. O problema deve ser algo específico que o seu público alvo tem. “Pessoas não estão reciclando” não é um problema. A forma correta seria “Esquecem qual o dia da coleta seletiva”, ou “Se confundem em como dividir plásticos”. Deixamos a solução em branco por enquanto. Não vamos nos preocupar com isso agora porque cada problema tem múltiplas soluções. Se começarmos dessa maneira, podemos não perceber outra solução que seria uma oportunidade ainda melhor de resolver aquele problema.
2. Experimentações
Na parte inferior, temos a área de experimentações de design (Design Experiments). Na metodologia lean startup, não importa quanto dinheiro ou codigo você tenha, mas sim o quanto você pode aprender com suas suposições (e esse é um dos pilares da CODELAND – It’s about smart learning). Na área de suposições principais (Core Assumptions), preenchemos o quadro com suposições que acreditamos que se falharem, poderiam levar ao fracasso do negócio. Depois de definidas, mova a que você acha a que tem a maior probabilidade de falhar para a área de suposição com maior risco (Riskist Assumption). Movemos apenas uma porque queremos provar que uma delas está errada, para invalidar todo o negócio.
Métodos para teste
Agora que temos nossa suposição de maior risco, você deve ser perguntar qual experimento você deve fazer para provar a validade do que você escreveu. Temos três métodos para construir esses testes.
O primeiro é exploration, método em que você vai a rua e tenta reproduzir o problema que está tentando resolver. É algo real? Quais as maneiras de resolvê-lo? Você pode fazer entrevistas com usuários em potencial para saber a ideia deles, também. Todas essas atividades podem lhe prover dados para que você ligue os pontos na hora de bolar uma solução interessante.
O segundo é o pitch, onde você pede alguma coisa a seus usuários em troca de resolver o problema que eles tem. Você descobre se eles pagariam por isso. Esse pagamento pode ser de diversas maneiras, desde endereço de e-mail até dinheiro.
O último método é concierge, onde você entrega ao cliente o seu pitch com a menor quantidade possível de tecnologia (lembre-se: isso é diferente de entregar um MVP). A ideia é fazer com que eles fiquem realmente empolgados com o que você tem a oferecer.
Critério mínimo para o sucesso
Agora que você escolheu o seu método, é hora de definir o critério mínimo para o sucesso. É, basicamente, se perguntar “Como eu sei que minha experimentação foi um sucesso?”. É a mínima quantidade de validação que você precisa para continuar com esse produto ou serviço.
3. Saia do prédio
Então, é a hora de sair do prédio, falar com pessoas reais e botar em prática o método de teste que você definiu. Depois disso, você deve analisar se os resultados conseguem alcançar o seu critério mínimo de sucesso. Conforme os seus resultados, você move a sua suposição para o campo de validado ou invalidado. Se for invalidado, você pode fazer um pivô nas suas hipóteses e reiniciar (no topo da tabela). Se for validado, você pode iniciar os testes na sua próxima hipótese de maior risco. (importante: se você validou com os clientes errados, não está validado).
Usando esse quadro, você pode validar suas ideias com um custo muito baixo, e com as pessoas que realmente importam: seus futuros clientes.
Você já utilizou o Validation Board, ou algum quadro similar? Compartilhe suas experiências conosco!